Instituto Pensar - Governo do Paraná e da Rússia assinarão acordo para produzir vacina contra Covid-19

Governo do Paraná e da Rússia assinarão acordo para produzir vacina contra Covid-19

por: Nathalia Bignon 


(Foto: Divulgação/AFP)

Nesta terça-feira (11), o governo do Paraná anunciou que vai assinar um convênio com a Rússia para produzir a vacina Sputnik V. O anúncio foi feito horas após o presidente russo, Vladimir Putin, divulgar a vacina como a primeira registrada no mundo.

A vacina russa é questionada pela comunidade internacional porque ainda se sabe pouco sobre sua eficácia. O site oficial sobre a pesquisa afirma que os testes de fase 1 e 2 foram concluídos no dia 1° de agosto, mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que sejam realizadas ao menos três etapas de testes.

Por meio de nota, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que o laboratório russo responsável pelo desenvolvimento da vacina não apresentou nenhum pedido de análise.

O acordo deverá ser assinado pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), e pelo embaixador da Rússia, Sergey Akopov, na tarde desta quarta-feira (12). A Anvisa, no entanto, ainda precisa liberar realização dos procedimentos necessários para os testes.

De acordo com as informações divulgadas pelo estado, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) será responsável por todas as etapas, desde a pesquisa até a distribuição das doses da vacina russa, desde que haja liberação da Anvisa. A previsão é que distribuição no Paraná não comece antes do segundo semestre de 2021. O governo paranaense vinha discutindo parceria com Rússia desde julho.

Atualmente, três vacinas contra o novo coronavírus e que estão em estágios mais avançados de pesquisa são testadas no Brasil. Duas vacinas são de laboratórios chineses e a terceira da Universidade de Oxford.

Segundo o governo do Paraná, o passo seguinte à assinatura do acordo é o compartilhamento do protocolo russo com a Anvisa, para que a agência brasileira libere a realização dos procedimentos necessários para os testes. Jorge Callado, presidente do Tecpar, ressaltou que a pesquisa vai avançar conforme o compartilhamento as informações.

"Antes da liberação, não há possibilidade de colocar nada em prática. Reitero que a prudência e a segurança são palavras-chave nesse processo”, declarou o presidente do Tecpar. "É importante essa assinatura para que essa condição de troca de informações comece. Cada passo no seu momento adequado, não podemos queimar etapas”, disse.

Vacina russa

Após o anúncio do registro da vacina pelo presidente russo, a OMS declarou nesta terça (11) que a Rússia "não precisa de sua aprovação [da OMS]” para registrar a vacina. No entanto, a entidade precisará ter acesso aos dados da pesquisa para avaliar a eficácia e a segurança da imunização para poder aprová-la.

Conforme as informações do site da vacina russa, o Brasil vai participar da fase 3 dos estudos clínicos. A Anvisa informou que testes só poderão ocorrer após a liberação da agência. Ainda não há o pedido para isso e nem uma data para ocorrer, ainda conforme a Anvisa.

O site russo informou que deve haver voluntários da própria Rússia, dos Emirados Árabes, da Arábia Saudita e do México.



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